As organizações precisam desenvolver as capacidades digitais dos colaboradores para conseguirem melhores resultados nos processos de Transformação Digital (TD). Tal tema, extremamente atual, foi o ponto de partida da dissertação do pesquisador do NExT/UnB, Rafael Antunes Fidelis, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade de Brasília (PPGA/UnB).
O trabalho, apresentado com sucesso no dia 29 de setembro de 2023, teve como título “Capacidades Digitais Individuais como resposta a desafios empresariais de pequenas e médias empresas: Um estudo de caso em uma empresa de software com base na teoria dos microfundamentos”. O discente foi orientado pelo professor Paulo Henrique de Souza Bermejo.
Para essa investigação, foram analisadas as Pequenas e Médias Empresas (PME’s) de desenvolvimento de softwares — os empreendimentos que mais crescem no mundo, no século XXI. Contudo, apesar de sua rápida expansão, tais empresas enfrentam inúmeros obstáculos, pois o desenvolvimento de softwares envolve fundamentalmente conhecimentos individuais para sua eficiência.
Vale lembrar que o conceito de capacidade digital individual remete ao pensamento crítico na utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Essa concepção está relacionada às lentes teóricas dos microfundamentos, que observam aspectos de nível individual capazes de moldarem elementos e características em nível de grupo.
Por meio de uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) e um estudo de caso com uma empresa desse segmento e porte, a pesquisa trouxe um modelo de análise das capacidades digitais, estruturado em sete elementos: habilidades técnicas; habilidades de informação; habilidades de criação; habilidades de resolução de problemas; habilidades de comunicação e colaboração; habilidades de aprendizagem; e habilidades de autorrealização.
Os resultados demonstraram que as capacidades digitais podem mitigar as dificuldades empresariais das PME’s, através de fatores como a otimização da pesquisa de informações; novas formas de capacitação; possibilidade de adaptação de tecnologias; aprimoramento no registro e compartilhamento de informações; melhoria do gerenciamento de equipes; aperfeiçoamento de processos e operações; e comparação de boas práticas. Assim, o trabalho permitiu mostrar que as capacidades digitais individuais podem ser um auxílio às PME’s rumo à superação de desafios.